Um bot de apostas é simplesmente um programa informático que aposta na Betfair por nós.
Neste artigo não vou falar de programação nem da parte técnica que eu não domino. Vou apenas abordar aspectos muito importantes que devem ter em conta antes de fazer um bot com base estatística, antes de gastar tempo em programação.
Primeiro critério
A primeira tarefa de todas para se construir um robô de apostas com base estatística, é encontrar uma estatística lucrativa.
Primeiro formulámos uma hipótese, e depois temos de a testar para saber se estamos perante uma estatística de valor. Segue um exemplo:
- Hipótese: Apostar sempre no favorito, é lucrativo ao final de X apostas?
- Teste: Quanto maior for a amostra que pegamos para tentar validar a nossa hipótese, mais importante é a nossa conclusão.
A partir do momento que encontramos uma estatística lucrativa, temos de olhar com sentido crítico de apostador e:
- 1º perceber se essa estatística faz sentido,
- 2º se essa estatística é repetível no futuro.
Depois disto, de termos uma estatística lucrativa, que faz sentido e que é repetível, então o próximo passo é traduzir esta estratégia em condições IF{}.
Isto de traduzir uma estratégia em algoritmo parece simples de se conseguir, mas não é! A maior parte das estratégias que eu uso enquanto trader live, não consigo traduzi-las em condições IF{}.
Exemplo de uma dessas estratégias não possíveis de incluir num bot:
- Se eu vejo que o Barcelona está a trocar a bola, mas não mostra interesse em aproximar-se da área do adversário. Apenas quer manter a posse e descansar trocando a bola pelos seus jogadores.
- Então aposto a favor do próximo Under.
Esta estratégia faz sentido e é repetível, mas eu não sou capaz de a introduzir num robô para ele a desempenhar por mim. Porque não é possível ao robô perceber se o Barcelona está, ou não, a trocar a bola sem criar perigo.
Um robô de apostas só pode fazer análises se{} simples, que são maioritariamente apoiadas na análise estatística e na análise das odds.
Exemplo de um robô com base em estatísticas do presente (próprio jogo):
- Se um equipa tiver mais do que 5 cantos antes do minuto 30,
- Então apostar a favor dessa equipa.
Exemplo de um robô com base em estatísticas de jogos passados:
- Analisando os últimos 30 jogos de uma equipa, se mais de 30% dos golos da equipa foram marcados nos primeiros 15 minutos de jogo,
- Então apostar a favor dessa equipa antes de começar o jogo e fechas a aposta ao minuto 15.
Estes foram dois exemplos hipotéticos de estratégias que podemos aplicar num robô de apostas. Estas estratégias não foram testadas nem garantem lucro!
Segundo critério
É importante que nós, enquanto apostadores, termos consciência que um robô é estúpido, mesmo.
Nós, humanos, conseguimos olhar para uma coisa e perceber que não faz sentido. Por exemplo conseguimos perceber se o jogo está 2-0 a ganhar o Benfica, já não pode acabar 2-0 a favor do Porto. Mas o robô, se nós não lhe dissermos isso, ele não é capaz de saber ou perceber isso.
Então se o robô não foi extremamente bem programado, e com estes detalhes todos, o robô pode apostar a favor do 0-2 quando o jogo já está 2-0.
Terceiro critério
A tática que descobriram ser lucrativa e passível de ser traduzida em condições IF{}, não basta ser lucrativa. Essa tática tem de ser super-lucrativa!
Porque essa tática tem de vencer os custos de entrada e saída do mercado (que no caso dos robôs são mais altos do que no caso dos humanos).
Eu falo por mim, já tenho experiência para perceber qual a melhor odd e se me compensa esperar um bocadinho para a aposta entrar, ou se tenho de aproveitar a odd imediatamente disponível.
Ou seja, no meu caso consigo ter menores custos de entrada e saída no mercado porque não apanho sempre cegamente as odds imediatamente disponíveis.
Mas como eu não consigo transmitir esta experiência ao robô por condições IF{}, significa que o robô tem custos de entrada mais elevados do que os meus.
Espero ter ajudado, resumindo aqui os aspectos que devem ter em conta para construir com sucesso um robô ou bot de apostas.
Abraço,
PR
